FEEDBACKS

9 Indicações ao Prêmio Açorianos de Dança 2014

  • Melhor Espetáculo
  • Melhor Direção
  • Melhor Coreografia
  • Melhor Bailarino
  • Melhor Bailarina (2)
  • Melhor Figurino (Vencedor)
  • Melhor Iluminação (Vencedor)
  • Melhor Trilha-Sonora

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Depoimentos

  • Tenho a sensação de que tranquei a respiração quando começou e só voltei a respirar uns 40 minutos depois, de tão forte a energia. Lindo espetáculo! E que tenha vida longa e represente nossa dança no mundo todo.
    DEDÉ RIBEIRO / Diretora da Liga – Produção Cultural
  • Um espetáculo de nível internacional, refinado e conceitual. Nada é por acaso: coreografia, figurino, luz, expressões tantas no rosto ou em cada gesto, por mais ínfimo. Tudo, tudo texto e da melhor qualidade. Como eu costumo recomendar, em comunicação e arte, nada é detalhe, tudo é fundamental. Assim é o amor e assim é o espetáculo. Saí mais amorosa que entrei.
    MARIA LUIZA CARDINALE BAPTISTA / Pesquisadora e Professora de Comunicação da UCS
  • Nesse espetáculo, não existe música brega ou de elite. As escolhas são surpreendentes e a trilha é totalmente eclética. Ao longo do espetáculo, ouvimos músicas de diversas nacionalidades. E não é só isso. Existe uma mistura de muitos estilos. Eles mexem com o preconceito, com essa vigilância sobre o que devemos ou não ouvir e põem em cena músicas que, não raro, são rejeitadas justamente por quem frequenta teatro. Sem nada de cenário, o palco totalmente nu, os bailarinos ocupam o espaço todo o tempo. Aliás, um ponto alto do espetáculo é, justamente, o jeito de “costurar” a coreografia de uma música para outra. Quem poderia imaginar aquelas emendas? Aquelas 100 formas de sair de cena? Só na mão de um diretor como Diego Mac tudo pode acabar tão bem conectado e apresentar essa perfeição cênica. Existe também uma mescla de precisão e criatividade, duas características que, a princípio, nos parecem antagônicas. Em 100 formas para o amor, elas estão em cada momento, em cada gesto que mantém tão presente a Macarena que o grupo já mostrou que pode ser poética.
    HELENA MARIA MELLO / Jornalista e Mestre em Artes Cênicas
  • CENTO E UMA FORMAS PARA O AMOR prendeu minha atenção do começo ao fim. Percorri meus amores calmos e paixões dilaceradas em arranjos coreográficos incríveis. Reprocessei idas e vindas num contexto onde se amarra e compartilha visões poéticas, estéticas e éticas profissionais intensas. Despretencioso, amoroso e disciplinado.
    JUSSARA MIRANDA / Diretora da Muovere Cia. de Dança
  • O espetáculo propõe um corpo vigoroso, cinético, mas descomplicado. Propósito firme, resultado delicioso. O que se lê no programa é exatamente o que acontece. Aliás, a descrição do processo é uma riqueza e um belo objeto de estudo, pois se pode perceber claramente a dissecção da Macarena, transformando e transformada em cada um dos bailarinos.
    IZABELA LUCCHESE GAVIOLI / Professora do Curso de Dança da UFRGS
  • Diego Mac é dos poucos artistas que conheço que sabem explorar um bom clichê da melhor maneira possível. E se tinha ficado alguma dúvida, agora ele comprova definitivamente que sabe rechear bem essa abobrinha que é a Macarena. Com a Macarenando, chorei, sorri, gargalhei, cantei junto, me arrepiei. Vi no palco todos os amores que pude imaginar: violento, proibido, fútil, estúpido, lírico, sutil, visceral.
    DANIEL COLIN / Diretor do Teatro Sarcáustico
  • Acabo de assistir um espetáculo digno das casas de San Francisco. É uma peça tão expressiva que consegue realmente representar diversas formas/culturas de amor. Às vezes se faz piada, às vezes se tem momentos profundos. Tem casais héteros e gays. Tem troca de casais. Tem romances à brasileira, romances de Hollywood, etc. Enfim, tem de tudo!
    FERNANDO TREBIEN / Analista de Sistemas
  • Ninguém negará que presenciamos, a todo momento, um verdadeiro excesso de discursos sobre o amor. Mas do que estamos falando quando falamos de amor?, questionaria Raymond Carver. Talvez por causa dessa fugacidade, a Macarenando Dance Concept, do coreógrafo Diego Mac, tenha preferido dançar ao invés de palestrar. No espetáculo 100 Formas para o Amor, que foi apresentado nesta quarta-feira (24/6) no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (e volta a cartaz em outubro, no Teatro Renascença), o verbo fica a cargo das letras das canções populares do repertório nacional e internacional que sucedem na trilha sonora, como se fosse uma grande festa.É um itinerário de 30 faixas bastante familiares ao público que começa com o clássico Willkommen, do musical Cabaret, e termina com Let’s Do It, de Cole Porter, passando por várias décadas e nacionalidades. Estão lá um samba de Martinho da Vila (Disritmia), uma música do cancioneiro romântico (Evidências) e uma da Legião Urbana (Eduardo e Mônica), entre outras.Essa poética da playlist se alinha ao procedimento proposto por Jérôme Bel no espetáculo The Show Must Go On (2001, remontado outras vezes), em que o artista convida bailarinos profissionais e amadores para dançarem grandes clássicos do pop (um vídeo da produção foi exibido no final de 2012, em Porto Alegre, no projeto Videoarte nos Jardins do DMAE). No mês passado, a companhia Movasse (MG) apresentou, no 10º Festival Palco Giratório Sesc/POA, um trabalho apropriadamente intitulado Playlist, que consiste em um improviso dos bailarinos sobre uma trilha de canções populares.As muitas formas de amor do espetáculo assinado por Diego Mac, estreado no segundo semestre de 2014, são materializadas pelos oito bailarinos em coreografias que passam longe do estereótipo da dança contemporânea. São gestos figurativos que desenham lugares-comuns das relações amorosas, como beijos, abraços, desentendimentos e – não façam isso em casa – tapas. Há uma evidente teatralidade que aproxima o público da cena, como se qualquer um pudesse dançar o que eles dançam. Claro que não é assim, mas essa falsa impressão de simplicidade dá graça ao espetáculo. Se você identificou movimentos de Macarena aqui e ali, não é mera coincidência: basta reler o nome da companhia.Integram o elenco Aline Karpinski, Dani Dutra, Denis Gosch, Eduardo Richa, Fernando Faleiro, Joana Amaral, Juliana Rutkowski e Renata Teixeira. Todos se amam livremente no palco como se não houvesse a bancada conservadora do Congresso Nacional. Esse amor sem barreiras é um grito por um mundo melhor, pois o privado se tornou político há muito tempo, mas quem dera viver em uma época na qual as relações pessoais não precisassem se reafirmar a todo momento para reivindicar o direito de existir. De alguma forma, o espetáculo mostra que ninguém tem autoridade para legislar sobre o amor dos outros.

    Os figurinos criados por Fabrízio Rodrigues nos transportam para algum lugar do passado, evocando, a meu ver, camponeses do século 18, o que contrasta com a atualidade das canções e, ao mesmo tempo, confere certo ar mundano ao tema. Sempre em tons pastéis, a iluminação de Fabrício Simões fica praticamente estanque, em configurações diferentes a cada canção. Mas o passeio dos bailarinos entre as áreas claras e escuras dá uma impressão de dinamismo. Transitando por essas zonas graduais, que às vezes são altamente contrastadas e às vezes são mais fluidas, criam camadas de expressividade. Tanto os figurinos quanto a iluminação foram laureados em suas categorias no Prêmio Açorianos de Dança de 2014.

    Se o balé clássico era o entretenimento preferido da nobreza, a Macarenando Dance Concept cria aqui uma dança popular para gente como a gente: que ama, perde, sofre e, na maioria das vezes, volta a amar.
    FÁBIO PRIKLADNICKI / Jornalista [Zero Hora]

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